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A importância da palavra: conversando com o bebê

Gosto muito de ler. A leitura, além de nos trazer conhecimento, prazer e diversão, nos presenteia com a liberdade de ir onde quisermos. E assim, nos permite entender outras formas de encarar o mundo. E o mais importante, entender as pessoas que o encaram de modo diferente do nosso.

Porque quando escolhemos um livro, vamos com a cabeça aberta, prontas para receber o que quer que esse livro queira passar pra gente. Com o bebê é assim também. Ele lê o mundo através de sons, imagens e sensações e está sempre pronto para receber nosso carinho, nossos ensinamentos, nossas broncas, nossos elogios. Assim ele vai aprendendo e se formando.

Me lembro que quando eu estava de licença maternidade do meu filho, a vizinha do andar de baixo veio me falar que achava muito fofo eu ficar o dia todo falando com ele, mesmo ele tendo 3 meses e não entendo nada! Sim, porque eu dizia “Agora nós vamos trocar a fralda”, “Esse aqui é o jornal e a mamãe vai ler um pouquinho”, “tá ouvindo esse barulho? É o sabiá cantando lá fora”. E por aí vai. O interessante é que anos depois eu li num artigo que o fato de “conversar” com as crianças desde bebezinhos fazia muita diferença em diversos aspectos emocionais, sociais e inclusive no hábito de leitura delas no futuro. Fiquei contente em saber disso e o que posso dizer é que hoje meus filhos leem bastante! Claro que não é só isso, existem os hábitos familiares também.

A questão é que nós podemos fazer alguma coisa. Sei que nessa fase da vida não temos tempo pra nada e, quando pegamos um livro, provavelmente o assunto é a saúde do bebê. Então proponho aqui que façamos o papel de passar o conhecimento, o prazer, a liberdade e os nossos valores de um jeito bem gostoso, enquanto nossos filhos são pequenos e ainda não podem usufruir de uma boa leitura.

Como? Conversando sempre, compartilhando como está sendo o dia, contando histórias da nossa própria infância e até pedindo opinião; quando aprendem a falar, muitas vezes eles nos surpreendem com sua sabedoria!

Daí é só colher os frutos!

Deixo aqui uma dica de um artigo sobre o uso abusivo de celular (pelos adultos, não pelas crianças), em que um dos temas é a perda da arte da conversa. Em um trecho, a autora diz que estudos demonstraram que os bebês expostos a uma interatividade vocal com os pais, ao chegar aos 2 anos, sabem o dobro de palavras do que aqueles que não foram expostos.

https://www.weforum.org/agenda/2018/06/it-s-not-kids-screen-time-you-should-worry-about-it-s-yours